Eu sempre vivi entre Paulo Francis e Elsie Lessa. Dorothy Parker e Virginia Woolf. Woody Allen e Hitchcock. Lucille Ball e Jennifer Saunders. Entre Nova York e Londres. Agora, que o reino voltou para a realeza, mais Londres. Comentava com Mary Fê, hoje, no chuveiro, que acho que sou Jennifer Saunders, no Bizarro World. Canceriana como ela, nasci um ano depois. E num país careta, enquanto ela nasceu na Inglaterra, onde quanto mais louco melhor. Jen é a típica canceriana: louca e família. Tudo o que eu tentei ser e não consegui. Depois de French and Saunders e Ab Fab, esta mãe de três filhos, tímida, porém, ousada, casada a vida inteira com o mesmo homem, no melhor estilo Frank Zappa, outro canceriano louco e família, ela assoma com a melhor série de TV em que pus meus saturados olhos. A comparação com Woody Allen procede. Jen, depois das maravilhosas chanchadas-sitcom que a consagraram, partiu para um tipo de comédia dramática, na qual ela interpreta, mais um vez, um personagem criado por ela para ela. Desta feita, ela se chama Vivianne Vyle e é uma apresentadora de talk shows desses que exploram a miséria humana. Casada de mentirinha com um gay, ela quer engravidar do esperma do marido morto, num draminha semelhante aos dramalhões que instiga na tellie. O marido é uma bichona que faz tudo o que ela quer e era seu melhor amigo. Por que não casar, então, em comunhão de frescuras? Diva com tiete. Quantas histórias dessas a gente não conhece...A série tem seis episódios e pode ser vista no youtube na íntegra. A direção de arte é impecável. O roteiro, escrito por Jen e Tanya Byron, uma psicóloga da BBC, é obra-prima. A direção toda, digna de Bergman-meets-Allen, com cor local, Londrina. Mas Jen, depois de encarnar heroínas bitchie, volta pra Devon, sua cidadezinha natal, onde cria as três meninas e é feliz. Abaixo os links para o primeiro capítulo de The life and times of Vivianne Vyle, com esta que é o meu ídolo absoluto, absolutely fabulous. Nossas diferenças não são apenas geográficas. Ela é um gigante. Uma atriz fenomenal. Quem conheceu a impagável comediante há de se surpreender com a profundidade de sua interpretação dramática. E, enquanto espero meu lugar ao fog, me distraio com Jennifer Saunders, a fase inglesa hitchcokiana de Woody Allen, e as crônicas de Clarice Lispector, sobre a cidade da pessoas feias e, simultaneamente, lindas. London, London. Entre elas, esta fusão de Vivien Leigh com May West, a bela mais brilhante do mundo, mais louca e mais certinha... doce na vida. Cáustica na arte. Jennifer Saunders é meu role model tardio. Quando crescer, quero ser exatamente como ela. Por enquanto, só os quilinhos a mais seguiram o desejo. O resto talvez não dê tempo. Então, fiquem com ela, nesta master piece, da melhor TV do mundo.
http://www.youtube.com/watch?v=IHqiC7yenO0
http://www.youtube.com/watch?v=IjadDIjvifs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=MAom8N1oCLc&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=4wXCpgaoI0c&feature=related
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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3 comentários:
Ai de mim que sou apenas aspirante a Joanna Lumley.... Patty ... para os íntimos..sweetie darling, darling sweetie....
Aliás... Patsy... Patsy Stooooone....
Jennifer Saunders é literalmente a melhor pessoa do mundo :D
espero conseguir ir vê-la em Outubro em Londres (French & Saunders Live)
para além de linda é uma pessoa com os pés bem assentes na terra.
e o marido dela é um fofo!
para quem gosta da Jennifer:
http://devoted.to/jennifersaunders
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