Nosso banheiro acaba de ser brindado com a colaboração inestimável de nossa parceira, Patricia Wuillaume, diretamente de Los Angeles. Instigada pelo link que a Mary nos enviou do impagável Alborghetti, o popular Dalborga, que veicula seu "Cadeia Nacional", via esta máquina do tempo, que Julio Verne teria amado, se vivo. Dalborga continua dando porrada com seu cacetete infalível. Ele tinha o estilo do rádio, trash, de programas como "A cidade contra o crime" e "A patrulha da cidade", que trouxeram para o nosso vocabulário palavras como "meliante" e "indivíduo", para se referir - qual é mesmo o nome politicamente correto? - aos bandidos.
Patrícia revidou à altura com o vídeo abaixo: um clipe do maravilhoso de "Na onda do iê iê iê", com Wilson Simonal mandando a inefável "Mamãe passou açúcar ni mim." Precursor do samba-soul, Simona, como era também conhecido, foi catapultado para o ostracismo, pela esquerda festiva de então. A mesma que hoje se locupleta às nossas custas. Aproveito para lavrar aqui meu protesto. Gostaria de saber por que tenho que pagar indenização aos caras do Pasquim? Que censura eles sofreram, se na minha casa se comprava o Pasquim toda semana e eles ficaram todos famosos e ricos?! Ora, vai tomar no cu. Não dá pra dizer menos. Chega desse papo de vítima da ditadura. As vítimas da ditadura morreram na tortura. O resto foi pra swinging London passear, ou pra Paris, estudar. Que castigo horrível, né?! Também quero! Me exilem, por favor! Sempre, desde aquela época, implorei pelo degredo. Mas isto era privilégio dos radical chic. Nós, humildes representates da classe média, não gozamos de tal regalia. E o Simona dançou, com fama de dedo-duro. Uma mentira deslavada, lançada por essa mesma turma do Pasquim. Quem tinha que ter indenização era ele, que foi difamado a troco de nada. Fazia um dos melhores sons do Brasil. Ajudava a alinhar o Brasil com os países de verdade, como dizia Millôr. É por isto que a cultura nacional não sai da Idade da Pedra Lascada. A gente tem que aturar até hoje esses caipiras nouveau riche, que educaram seus filhinhos na Europa e ainda choram miséria. Porrada neles, Dalborga.
Mas vamos a este momento inesquecível de nossa cultura, antes da ditadura, cujo mal maior foi a instituição dessas vítimas oportunistas. Além de Simonal, temos ali Silvio César, galã cheio de aginomoto, num momento fossa iê iê iê, na boate enfumaçada, com aparência de tikki bar dos Trópicos. Clara Nunes em momento Elisete.
E os Trapalhões, Dedé Santana e Didi Aragão, os inventores do vídeoclipe nacional. O filme é imperdível. Não sei se a Patrícia se lembra, mas nós o vimos no hometheatre de César Lobo, há duas décadas. Tem José Augusto Branco, Wanderley Cardoso, Nestor de Montemar, Wilton Franco, bem antes de "O povo na TV", e, pasme, minha querida Mary, a nossa Leila Lopes, nos seus tenros vinte aninhos. Chacrinha também está presente, na película, emitindo uma de suas frases imemoriais, para uma chacrete boazuda, de formas violoncélicas e calipígia:"minha filha, vai ser boa assim lá em casa." Ei-lo, pois, o trecho exportado de L.A., via youtube (atentem para a presença do The Brezilian Bitles, no acompanhamento, como se dizia:
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2 comentários:
Eu tô louco para ver "Ninguém Sabe O Duro Que Dei", o documentário sobre Simonal.
Este vídeo aí é genial, hein? Que dancinha ultra cool de todos eles! rs
Não sei porque demorei tanto para cair aqui no blog, mas antes tarde...
Nossa.... eu nem sei se eu existia direito nesta época. Mas é muito bacana! Lembro do Simonal quando eu era pequeno. Meu pai tinha muita simpatia por ele e dizia: -"Esse cara é muito legal!". Lembro-me que todas as crianças gostavam de Simonal. Muitos anos depois, quando surgiram todas as fofocas, nós que fomos crianças na época, ficamos revoltadas com o que falavam dele. Não conseguíamos compreender. Era tudo muito complexo. Também éramos equanto crianças, proibidas de ler O Pasquim. A partir daí, já que tanto a verdade quanto a mentira nos era negada, nos fechamos para o mundo e elegemos Waleska como Messias. Mesmo com muito medo.
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